domingo, 27 de março de 2011 | By: Heloisa

A Batalha do Apocalipse

 

E conforme prometido, o post sobre ABdA. Porque ele? Porque foi a leitura mais recente, oras! Terminei  agorinha e ainda tenho tudo na cabeça. Então bora lá, e de preferencia sem um milhão de spoilers.=D

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Antes de se entrar na trama em si, é importante falar sobre como o livro do Eduardo Spohr se tornou tão  popular. Por ter sido escrito, publicado e divulgado numa época de democratização da internet, o lançamento independente, que em outras eras poderia ser um sinal de fiasco, acabou se tornando um enorme sucesso.  Lançado em parceria com o Jovem Nerd em 2007,  a obra conquistou, apenas com a divulgação na internet, a marca impressionante de 4.000 cópias vendidas e incentivou, em 2009, a criação da Nerdbooks, a editora do Jovem Nerd.

Como o nome sugere, A Batalha do Apocalipse fala, basicamente, do fim do mundo, mas provavelmente o faz da forma mais épica possível. A trama se desenvolve a partir da versão bíblica do Armaggedon, que nada mais é do que os relatos de uma visão que São João teria tido na Ilha de Patmos, após a ascensão de Jesus Cristo, sobre os últimos dias da humanidade. O Autor cria então, a partir desse texto milenar, uma história de conspirações e conflitos no plano celestial, que coincide não apenas com os textos da própria Bíblia, mas com mitos de diversas civilizações.

Além do apelo para o próprio tema apocaliptico, A Batalha do Apocalipse se destaca pelo estilo de escrita e pela ausencia de uma historia linear. A linguagem não chega a ser rebuscada a ponto de comprometer um fluir leve, mas sem dúvida mostra a amplitude de vocabulário do autor. Além disso, a construção do texto é peculiar, marcada por interrupções para longos flashbacks, coisa que agradou muita gente.

Aqui começam a entrar minhas opiniões pessoais: sem dúvida é ótimo ler algo bem escrito, sem muitas repetições de termos e redundancias. Mas esse  principio parece ter sido levado bem ao pé da letra, e no decorrer da leitura nos deparamos com a substituição, as vezes excessiva, até mesmo dos nomes próprios, por outros termos. Os anjos nos são apresentados a partir de sua posição na hierarquia celeste e sua participação nas batalhas do etéreo, então cada um vai ter um, dois, tres titulos, que são utilizados à exaustão não apenas na voz do narrador, mas também nos diálogos dos personagens. É como imaginar que você vai falar com, sei lá, Muriel – a mais linda, e diz algo como  “E aí A mais linda, bora pro cinema”. No exemplo parece  muito com cantada de pedreiro, mas a sensação que eu tive foi essa mesmo.

Fora isso, tem a questão da linearidade da história. O Spohr optou por contar tudo no tempo em que a Guerra acontece, e todo o passado relevante dos personagens é contado através de pelo menos três grandes flashbacks. O resultado? A todo o tempo somos interrompidos na historia, e jogados a algum momento historico ou lendário de relevancia, ocorrido, real ou supostamente, à centenas de anos. As críticas positivas afirmam que é esse o fator que dá dinamismo à trama, e que os fãs de Lost – e aqui eu arrisco tambem Naruto – já estão habituados com isso. Já eu me incomodei no começo, principalmente porque essas historias paralelas – os flashbacks – são tão longos que se você for só sentar e ler, corre o risco de perder o fio da meada, e demorar a se situar novamente quando eles acabam. Isso de forma alguma tornou a leitura ruim, mas eu, que tenho umas frescurinhas com isso, demorei mesmo a me acostumar (eu tambem não sou fã de livro em primeira pessoa, mas isso não vem ao caso).

O livro também está recheado de elementos presentes em outras obras que tratam do divino. Como não lembrar de Anjos Rebeldes, quando nos deparamos com o evidente ciúme que os seres humanos despertam nos anjos e arcanjos de Spohr? Ou Dogma, que traz como tema central a busca de redenção de anjos expulsos do paraíso? Até mesmo a caracterização dos anjos como seres de beleza e iluminação, e dos demonios como criaturas horrendas, nojentas e decadente reproduz até certo ponto a idéia do bem e do mal visivelmente delimitados, que é a todo tempo abordada (e frequentemente negada) por outras obras.

Enfim, recomendo. Pra quem quer ler uma aventura épica, ou ocupar aqueles minutos antes de dormir em que você fica rolando na cama antes de pegar no sono, sem dúvida A Batalha do Apocalipse vai satisfazer bastante. Bora agora sentar e esperar algo novo do Eduardo Spohr…

Fontes:http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI126091-17385,00-AMIGOS+LANCAM+SELO+DE+LIVROS+E+FATURAM+R+MIL+COM+APENAS+UMA+OBRA.html

http://tarjapreta.org/2010/06/03/a-batalha-do-apocalipse/

sexta-feira, 25 de março de 2011 | By: Heloisa

Apresentação

 

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Todo mundo que foi criancinha nos anos 80 – ou todos que o foram no Brasil – lembra daqueles inocentes programas educativos, que passavam na TVE, na Cultura, ou em tantas outras emissoras. Quem não lembra de Castelo Rá-Tim-Bum, o Mundo de Beakman, ou Agente G? Desses, eu gostava de um quadro do Rá-Tim-Bum, o “Senta que lá vem a história”, que trazia fábulas encenadas com objetos, e daí que veio o título do blog, apesar de ser pouco provavel que o conteúdo aqui seja relacionado com  qualquer coisa daquela época.

A propósito, meu nome é Heloísa, e eu moro em João Pessoa. Não sou jornalista, não sou escritora, e nem me considero um grande gênio oculto da literatura; sou só uma moça que sempre gostou de tudo que carregasse um pouco de fantasia em sua essência. Em minhas andanças pela internet tenho visto, de uns tempos pra cá, que apareceram muitos bons blogs voltados pra um tema especifico, e que fogem daquela premissa inicial de ser “um diário que todo mundo lê”. São blogs sobre moda, TV, cinema, casamento, Cultura Pop, e, porque não, o famigerado blog milionáro da Maria Bethânia, que, todos os dias, trazem um pouco de conteúdo  ou reflexão sobre alguma coisa.

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O caso é que desde pequena gostei de ler. Talvez por ter crescido observando o exemplo da minha mãe, talvez por ter tido a sorte de ter pego, de primeira, um livro que não era só pra crianças, mas que as tinha como foco – falo de As aventuras de Tom Sawyer, do Mark Twain, não sei. Mas assim eu cresci, desenvolvendo um gosto peculiar por literatura fantástica. E esse, até o momento, é o tema central deste blog: livros. Não só livros, mas publicações como HQs e mangás, que, cada um de sua maneira, tambem se propoem a nos contar histórias.

Então é isso, em breve começarei a registrar impressões acerca de algumas coisas que se encontram nas livrarias da cidade. Ou na internet. Apesar do blog não estar restrito  a isso, já que eventualmente algum evento possa me motivar a falar de algo mais pesssoal, provavelmente começarei com algumas palavras sobre A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr. O layout bonitinho é temporário, em breve estarei fazendo testes.

Até mais! o/